terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Curso sobre o Catecismo da Igreja Católica


PÁROCO DE CONCEIÇÃO DE IPANEMA (MG) CERTIFICA CURSO SOBRE O CIC



No dia 23 de dezembro, o pároco de Conceição de Ipanema, padre Roberto Carlos Vilela entregou certificados aos catequistas que participaram durante este ano do Curso “Estudos Intensivos do Catecismo da Igreja Católica”, durante a missa das 9 horas, na Igreja Matriz.

domingo, 25 de novembro de 2012

Estudos catequéticos sobre Maria


MARIOLOGIA: INTRODUÇÃO GERAL

José Aristides da Silva Gamito

Introdução

A discussão em torno do papel de Maria no cristianismo é tão presente e extensa que surgiu um tratado específico para estudar os dogmas referentes à mãe de Jesus. Esta parte da teologia chama-se mariologia, isto é, estudo sobre Maria. As fontes para uma teologia sobre Maria são as Escrituras, os Concílios e as tradições litúrgicas.
Pelo menos as seguintes fontes são importantes para a discussão sobre Maria: a) Novo Testamento, b) Os cânones do Concílio de Éfeso, c) As fórmulas litúrgicas antigas, d) O Proto-Evangelho de Tiago e e) O Tránsitus Mariae.

Maria no Novo Testamento

As informações sobre Maria nos textos do Novo Testamento são escassas porque a atenção está toda voltada para Jesus.
Os atributos de Maria na Bíblia são: a) kekharitoméne – agraciada, cheia de graça (Lc 1, 28); b) eulogeméne – bendita entre as mulheres (Lc 1, 42); c) méter toú Kyríou – mãe do meu Senhor, d) kaí makaría he pisteúsasa – feliz porque acreditou (Lc 1, 45), e) makariousí – bem-aventurada. Essas expressões dão a Maria um destaque diante das outras mulheres por causa de Jesus.
Cada evangelista apresenta Maria sob um ponto de vista diferente: MARCOS (ano 60) – Ela é apresentada como a mãe carnal de Jesus. Não há destaque. MATEUS (ano 70) – Maria é apresentada aos judeus, portanto, destaca-se sua história como cumprimento das profecias. Maria é a parthénos (virgem/moça/não casada) que dará à luz o Emanuel. LUCAS (ano 80) - Maria é uma mulher de fé, mãe do Messias. E possui destaque. JOÃO (ano 90) – É a mediadora da fé e mãe da comunidade.

Os dogmas marianos definidos em concílios

Nos primeiros séculos, houve uma discussão sobre a relação de Maria com Cristo. Muitos hesitavam em chamá-la de mãe de Deus. E a consideravam apenas mãe de Jesus. A discussão gerou o debate sobre o Theotokos (Mãe de Deus) versus Christotokos (Mãe de Cristo).
O Concílio de Constantinopla II (381 d. C.) faz uma alusão à virgindade de Maria, incluindo no Credo a expressão por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus. E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria e se fez homem”.  A maternidade virginal sempre esteve presente nos escritos dos pais da Igreja. A polêmica maior se deu entre conciliação da natureza humana com a divina de Jesus.
O Concílio de Éfeso (431 d. C.) procura esclarecer em que sentido se diz que Maria é mãe de Deus: “Santa Maria é chamada Mãe de Deus, não por gerar a natureza divina de Jesus, mas por ter gerado sua natureza humana, a qual está unida ao Verbo na unidade da Pessoa.” E define dogmaticamente que ela é  a Theotokos.
Tempos depois, o Concílio de Calcedônia (451 d. C.) também define em seu símbolo de fé a dupla natureza de Jesus, declarando que Maria é mãe de Jesus, e se ao homem está unido a natureza divina, Maria também é mãe de Deus. A partir do Concílio de Calcedônia (533 d. C.) o dogma passou a ser universalmente aceito.

 Perspectiva protestante

O reformador Martinho Lutero (1483-1546), João Calvino (1509-1564) e Ulrich Zwinglio (1484-1531) não desprezaram Maria. Apenas declararam que não seria lícito prestar culto a ela. Lutero tem Maria em alta estima chamando-a de “altamente louvada” na obra “Magnificat”.
            Foram os evangélicos pentecostais que começaram um combate à mariolatria que chegou a se tornar uma mariofobia, ou seja, uma desconsideração até com a Maria dos Evangelhos.

Os dogmas tardios

Os dogmas da Imaculada Conceição e da Assunção de Maria foram proclamados tardiamente. Já havia acenos nesta direção na prática cristã, mas foram definidos por escritos papais nos séculos XIX e XX.
Em 1854, o papa Pio IX declarou o dogma da Imaculada Conceição de Maria pela bula Ineffabilis Deus, afirmando:

(...) que a doutrina que defende que a beatíssima Virgem Maria foi preservada de toda a mancha do pecado original desde o primeiro instante da sua concepção, por singular graça de privilégio de Deus omnipotente e em atenção aos merecimentos de Jesus Cristo salvador do gênero humano, foi revelada por Deus e que, por isso deve ser admitida com fé firme e constante por todos os fiéis.

A Imaculada Conceição de Maria encontra respaldo na liturgia e também na narração do Proto-Evangelho de Tiago. Este texto datado de 60 d.C. até 150 d. C. apresenta a história de Maria desde sua concepção até a morte, fornece os nomes de seus pais (Joaquim e Ana) e vários detalhes sobre sua vida, além de enfatizar sua santidade. Os nomes dos irmãos de Jesus, por parte de pai, aparecem como sendo Judas, Josetos, Tiago, Simão, Lígia e Lídia (Ver Mc 6, 3). Este texto também fala de sua morte.
A concepção sem pecado está intimamente ligada à doutrina do pecado original desenvolvida por Agostinho. No século XII, houve uma discussão mais intensa sobre se Maria foi preservada do pecado original: Maculistas x imaculistas. Santo Anselmo, Pedro Lombardo, São Bernardo, Santo Alberto Magno, São Tomás de Aquino, São Boaventura e Alexandre de Hales, eram contrários à afirmação. Duns Escoto era a favor: Ela foi preservada pelos méritos do Redentor.
Em 1950, o papa Pio XII proclamou o dogma da Assunção de Maria por meio da Constituição Munificentissimus Deus.  Este dogma diz que Maria foi elevada ao Céu de corpo e alma. O dogma se baseou em antigas tradições sobre a morte de Maria.  Segundo essas tradições, Maria não teria passado pela morte, teria dormido (dormitação) e sido elevada ao Céu.
Existe um texto antigo que fala sobre a dormição de Maria chamado Tránsitus Mariae[1](A Passagem de Maria), do final do século II. É uma das raríssimas fontes sobre o assunto. Esta obra parece ser uma síntese de outras obras anteriores.
A principal fonte de preservação e consolidação desses dogmas foi a liturgia. Por exemplo, desde o século VI se celebra a Festa da Assunção. Desde cedo estes atributos marianos foram celebrados.

Maria à luz do Concílio Vaticano II
O Concílio Vaticano II acolhe os textos da Ineffabilis Deus e da Munificentissimus Deus e afirma que Maria foi escolhida desde a eternidade para ser a mãe de Deus. A Constituição Lumen Gentium considera Maria como a mãe espiritual de todos os fiéis.

Maria e o ecumenismo

Os dogmas marianos são pontos de divergência entre católicos e evangélicos. Mas quando se trata da Maria a partir da Bíblia é possível estabelecer um diálogo. Maria, sem dúvida, é a serva do Senhor, discípula, crente. A partir da Reforma esta foi visão presente entre os protestantes. Em contraposição, o catolicismo popular reagiu com uma visão triunfalista de Maria.
Existem dois excessos em relação a Maria: O maximalismo e o minimalismo. Enquanto uns elevam Maria além do que as Escrituras e os dogmas permitem, colocando num lugar que nem ela quereria ocupar, outros diminuem a figura de Maria, talvez por mero combate, e acabam perdendo até mesmo a inegável Maria da Bíblia.  Portanto, o sensato seria ‘a Maria nem o máximo e nem o mínimo, a ela somente o que é dela’, na dúvida, examine as Escrituras e a prudente Tradição.

REFERÊNCIAS

BOFF, Clodovis. Introdução à Mariologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
O Proto-Evangelho de Tiago.
Transitus Mariae. Tradução: Tránsito de la Bienaventurada Virgen María,.


[1] Segundo o Transitus Mariae, Maria viveu até os 59 anos e morreu no Getsêmani e foi elevada ao Céu por anjos, em um dia de domingo. O texto diz que João, o Teólogo, é autor da história.

domingo, 29 de julho de 2012

Historinha para Catequese

 

O PIQUENIQUE DOS SONHOS

 Tia Joaninha

C
arlinhos estava ansioso para chegar às férias, mas antes foi fazer um piquenique com seus colegas de classe.
Margarida, sua professora, falou para cada um da classe o que deveria levar.
Chegou o grande dia, lá foram eles, Carlinhos, Josefa, Antônia, Joaninha, Joaquim, Dulcinha, Renata, Vítor e Augusto.
O piquenique estava marcado para uma fazenda, onde moravam os pais da professora Margarida.
A criançada, assim que chegou à fazenda, começou a correr prá lá e pra cá. Sabe o que aconteceu? Sentiram-se muito cansados e com fome.
Só que na hora que foram lanchar, advinha o que aconteceu?
Os meninos dos moradores da fazenda também estavam juntos com os alunos da Tia Margarida.
Tia Margarida fica preocupada, mas não diz nada. Carlinhos, falou baixinho no ouvido da tia Margarida.
-Tia, o nosso lanche não vai dar!
Tia Margarida, pediu para que todos se assentassem. Todos se assentaram. Ela perguntou: Quem trouxe lanche?
Dos 9 alunos da tia Margarida, só quatro tinham levado lanches.
Tia margarida pergunta: Carlinhos, que lanche você trouxe?
Ele disse:
- 3 maçãs.
E você, Dulcinha?
-5 laranja.
E você, Josefa ?
-Eu trouxe 6 bananas.
E você, Joaquim?
-Eu trouxe 2 sacolas de pãezinhos.
Tia Margarida, pegou as frutas da criançada, fez uma salada de frutas, acrescentou o suco que ela tinha levado. Pegou as duas sacolas de pães do Joaquim, dividiu-os em pequenos pedaços e colocou numa cesta. Chamou as crianças para fazer a oração do Pai -Nosso, falou sobre a importância da partilha, e serviu o lanche, assim, distribuiu um pedaço de pão para cada um com um copinho de suco, depois serviu a salada de frutas. Eram ao todo 16 crianças. Todos comeram e saíram de lá cheios e ainda sobrou suco, salada de fruta e pedaços de pães. 

sábado, 9 de junho de 2012

Os artigos do Credo

 
OS PRINCIPAIS ARTIGOS DE FÉ DO SÍMBOLO APOSTÓLICO

Introdução

Tradicionalmente se diz que o texto do Credo[1] contém 12 princípios da fé cristã. Independente desta divisão, o Credo contém os principais mistérios professados pelo cristianismo. Ele é uma síntese daquilo que o cristão deve crer e define o que é o cristianismo.
A definição dos princípios da fé cristã foi um processo histórico. Aquilo desde cedo se acreditou e viveu somente mais tarde se tornou fórmula escrita. Em 325, no Concílio de Niceia foi oficializada uma fórmula do Credo. Em 381, foi aceita uma versão revista. As fórmulas que conhecemos hoje são o Símbolo Apostólico e o Símbolo Niceno-constantinopolitano. Existem vários credos, dentre eles o de Atanásio é mais difundido.

Os principais artigos

A Trindade: A fé cristã se baseia no princípio de que Deus é uno e subsiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito. Historicamente, o primeiro registro deste dogma aparece nas obras de Tertuliano (160-220). (Citação bíblica: Mt 28, 18-20).
A Encarnação: O Filho que existia desde a eternidade se encarnou em Jesus Cristo, tornando-se Deus e homem. A dualidade divina e humana de Jesus foi definida no Concílio de Calcedônia, em 451. (Citação bíblica: Mt Jo 1, 14).
A Maternidade Virginal: A Maria é a mãe corporal de Jesus e este foi concebido pelo Espírito de Deus. Ela é mãe sendo virgem. Maria foi definida Mãe de Deus no Concílio de Éfeso, em 431. (Citação bíblica: Lc 1, 43).
A Redenção: A vinda de Jesus perdoa os pecados dos homens e os torna justos e santos. A este processo se chama justificação. (Citações bíblicas: 1 Jo 2, 2/Lc 19, 10).
A Ressurreição de Jesus: O mistério da vida de Jesus tem seu auge com a sua ressurreição e o retorno para junto de Deus. (Citação bíblica: Lc 24, 1-12).
O Juízo: Haverá um juízo de discernimento entre aqueles que praticaram boas obras e aqueles que praticaram o mal. O juízo define o destino do homem. (Citação bíblica: Mt 25, 31-46).
A Autenticidade da Igreja: A Igreja é universal e acolhe todos aqueles que professam o nome de Jesus. Os atributos da Igreja são uma, santa, católica e apostólica. (Citação bíblica: Ef 4, 5-6).
A Imortalidade: Os mortos ressuscitarão na carne. (Citação bíblica: Jo 6, 51-54).
A Eternidade da vida: A vida eterna é a forma como todos os seres humanos subsistirão após a morte. (Citação bíblica: Jo 6, 51-54).

SUGESTÃO DE LEITURA:

Catecismo Jovem da Igreja Católica: Os números de 21 a 29. As respostas se referem a questões do Credo.
Prólogo do Evangelho de João: João 1, 1-18.



[1] As profissões de fé são chamadas de Credo porque é a primeira palavra do texto latino. Credo em latim significa “Eu creio”.

domingo, 6 de maio de 2012

As duas dimensões da fé cristã:

“EU CREIO” E “NÓS CREMOS”: A DIMENSÃO PESSOAL E A DIMENSÃO COMUNITÁRIA DA FÉ[1]

O culto público e a ação social representam o aspecto
comunitário da fé.
A fé cristã possui duas dimensões: A pessoal e a comunitária. A pregação é uma missão da Igreja. Esta propõe o que se acredita à pessoa que está sendo evangelizada. Esta, por sua vez, acolhe a proposta com sua fé.
Portanto, a fórmula e o conteúdo da fé são guardados e zelados comunitariamente. As ações litúrgicas e sociais são o aspecto comunitário da fé. As pessoas podem rezar sozinhas, expressar sua fé individualmente. Mas o cristianismo é essencialmente comunitário. As orações, as reuniões, ou seja, o culto público, tudo isso é vital para a sobrevivência do cristianismo dentro de sua autêntica proposta.
As pessoas reunidas têm mais força para desenvolver seus deveres cristãos. Pois quando elas se encontram, oram em conjunto, alimentam a fé uma das outras, conhecem os problemas da comunidade. Enfim, expressam sua comunhão de fé.
No âmbito pessoal, cada um expressa a sua fé conforme sua personalidade, seu modo de ser. Existe esta liberdade. Até porque a fé é uma resposta pessoal. O que devemos distinguir é que a fórmula da fé é definida comunitariamente. Assim como a Bíblia pode ser lida individualmente, mas é interpretada comunitariamente.
Seria difícil sustentar uma Igreja na qual cada pessoa tem sua doutrina. Naquilo que fundamental para a salvação deve ser de comum acordo acreditar. Se um católico, por exemplo, defende uma doutrina não-cristã. Ele tem direito de acreditar nela. Mas é preciso ter consciência de que ele não está sendo católico, pois não está havendo comunhão de fé. “Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Efésios 4,5).

Atos dos Apóstolos 2, 42:
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.

[1] Questão debatida no encontro sobre Estudos do Catecismo em Conceição de Ipanema, no dia 5 de maio de 2012.

A predestinação e ação de Deus no mundo

PREDESTINAÇÃO: COMO DEUS AGE NA HISTÓRIA DAS PESSOAS?[1]

A fome na África. Como conciliar a bondade de Deus com
o sofrimento no mundo é o maior dilema da fé.
A predestinação é um conceito teológico que procura compreender a relação de Deus com o homem. E quer dizer que Deus na sua onisciência pode decidir antecipadamente os acontecimentos da vida de uma pessoa.
No cristianismo, a forma mais acentuada desta perspectiva está no calvinismo. Esta corrente teológica chegou afirmar que Deus escolhe previamente as pessoas que irão se salvar e as que irão se condenar. É um domínio total de Deus sobre a vida das pessoas. Neste sentido, o ser humano teria sua liberdade quase totalmente reduzida.
No catolicismo, acredita-se na dupla colaboração de Deus e do ser humano na construção da história de cada pessoa. Deus participa oferecendo a Graça e os dons necessários para a pessoa se desenvolver, viver bem e alcançar a felicidade e a própria salvação. Mas quem decide e acolhe esta participação de Deus é o homem. Deus respeita a liberdade do homem.
Portanto, os males no mundo não podem ser culpados diretamente a Deus. Ele não predestina pessoas para a felicidade e outras para a tragédia. Os males que acontecem com o ser humano têm basicamente três agentes:

a)      As ações da própria pessoal.
b)      As ações das outras pessoas com as quais convive.
c)      As ações da natureza que é falível.

Na maior parte dos acontecimentos a responsabilidade é do ser humano. Deus já lhe deu inteligência, discernimento, capacidade de realizar boas escolhas. Então, ele respeita a liberdade que o ser humano tem de fazer suas escolhas. A vida é uma teia de relações e nós não dependemos só de nossas ações, há cruzamentos de ações alheias e da natureza. Mas tudo ocorre na natureza, Deus não é o autor do mal. Se assim fosse Ele não poderia ser bom e misericordioso.


[1] Questão debatida no encontro sobre Estudos do Catecismo em Conceição de Ipanema, no dia 5 de maio de 2012.

Vocabulário Básico do Tema 1:

A PROFISSÃO DE FÉ APOSTÓLICA

Vocabulário Básico

FÉ: É a virtude teologal pela qual os fiéis crêem como verdade o conteúdo da Revelação expresso pelos textos bíblicos e pelo testemunho da Igreja.

REVELAÇÃO: É a manifestação de Deus na história revelando seus desígnios por palavras, ações e sinais.

INSPIRAÇÃO: “2 Tim 3,16- ação do Espírito Santo sobre as faculdades literárias do escritor humano, luz para conceber idéias, impulso para escrevê-las, assistência para não errar ao exprimir a verdade que salva. A natureza desta ação divina = dom especial, presença do ES que permite ao autor ser um instrumento, dócil mas não cego. A inspiração torna o livro Sagrado, Palavra de Deus. A inerrância é conseqüência.”[1]

INERRÂNCIA: É a doutrina segundo a qual, o texto bíblico não contém erros em matéria de fé e moral. Ele possui apenas erros secundários como de ciência devido à realidade cultural da época em que foi escrito.

TRADIÇÃO: “toda a herança bíblica religiosa de Jesus, com todo o conteúdo que ele revelou aperfeiçoando a lei e os profetas, confiou-o (depositou-o) aos Apóstolos e á Igreja.”[2]

MAGISTÉRIO: “O Depósito da Revelação foi confiado a igreja toda. O povo unido a seus sacerdotes. Jesus confiou a igreja à missão de transmitir e guardar, interpretar e ensinar a SE. Para tal assegurou ao magistério a sua assistência infalível (Mt 16,16-19; Lc 22,31-32) O Magisterio não é uma terceira instancia ao lado da Bíblia e Tradição mas é a tradição oral que continua a falar através dos séculos.”[3]



[1] Profª Ebbi Golin. Teologia da Revelação. Acessado em: http://www.csdb.org.br
[2] Idem.
[3] Idem.

sábado, 5 de maio de 2012

1º Tema do CIC: A fé e os Símbolos

1.     INTRODUÇÃO AO CRISTIANISMO: A PROFISSÃO DE FÉ APOSTÓLICA

Detalhe: Sacrifício de Isaac.
A fé sem reflexão pode levar ao fideísmo.
Conceitos: Fé. Revelação. Inspiração. Transmissão. Testemunho. Tradição Apostólica. Magistério. Dogma. Símbolos.

Introdução ao tema da fé
O termo fé[1] é o ponto de partida para o estudo da Teologia. No Catecismo da Igreja Católica antes da demonstração do conteúdo da fé, há considerações sobre ela. A fé nasce da busca de uma relação entre homem e Deus.
No Primeiro Testamento, fé designa o ato de ser firme e fiel a algo e de também de aceitar algo como verdadeiro. Deus se elege o povo de Israel com quem deseja fazer uma aliança e se manifesta por meio de oráculos e de teofanias. A síntese do conteúdo desta é o Shemá.
A fé no Segundo Testamento possui várias dimensões. Nos Evangelhos, ela é a adesão ao anúncio do Reino de Deus. João já apresenta a fé como uma resposta de encontro pessoal com Jesus. Nos escritos paulinos, a fé é a adesão à pregação do Evangelho (ARBOITH, 2008).
A fé possui uma dimensão pessoal e uma eclesial. É uma adesão a uma mensagem que exige mudança de mentalidade, insere a fiel em uma comunidade e tem como conseqüência um novo comportamento moral.

Em busca de um conceito de fé
     Em hebreus 11, 1, lemos que “a fé é a substância das coisas que se esperam e o argumento das coisas que não se veem”. Tomás de Aquino[2] considerava essa afirmação como a mais completa definição bíblica da fé. É a vivência antecipada do que se espera, é a convicção sobre o invisível.
     Segundo Libânio (2000), o ato de crer é graça de Deus, liberdade humana e tem uma racionalidade profunda. Aqueles que creem sem esforço da razão caem no fideísmo. Aqueles que procuram a razão em tudo caem no racionalismo. Outros transformam a questão em mera vontade, é o voluntarismo. Além disso, a fé tem uma base pessoal, mas também a influência da cultura, do espaço e da época.
     A fé se relaciona com as duas outras virtudes: a esperança e o amor. Muitos procuram na fé uma certeza que passa por cima dos fatos. As características da fé são justamente uma experiência humana que mescla certeza e dúvida. A fé e a esperança andam juntas, quando se diz ter fé, quer dizer que se tem uma esperança dada por Cristo que ultrapassa todo desânimo e falta de sentido do mundo. Quando Pedro fala das razões da esperança, isso alcança também as razões da fé (BENTO XVI, Spe Salvi[3], 2).

O conteúdo da fé
     Em que cremos? O conteúdo da fé é a revelação. (LAMBIASI, 1997). Segundo o Evangelho, crer em Jesus significa aceitar a pessoa e não meramente os seus ensinamentos. Portanto, a fé é em alguém e não em algo. A salvação provém da fé, ou seja, da aceitação dessa pessoa como um todo. A salvação é sempre salvação de algum perigo, nesse caso, é a preservação da grande esperança de que a vida possui um sentido pleno. A fé tem forma bíblica na expressão “Jesus é o Senhor”(Fl 2, 9-11).

O processo da Revelação e a Tradição Apostólica
A Revelação é um fenômeno próprio da experiência religiosa judaico-cristã. O Primeiro Testamento mostra Deus (Yahweh) se revelando ao seu povo através da providência e da entrega da Lei. O Segundo Testamento considera esta revelação através da pessoa de Jesus e sua encarnação. A Carta aos Hebreus 1, 1-2 sintetiza este processo: Depois de ter, por muitas vezes e de muitos modos, falado outrora aos pais nos profetas, Deus, no período final em que estamos, falou-nos a nós num Filho a quem estabeleceu herdeiro de tudo, por quem outrossim criou os mundos”.
A Revelação torna-se experiência vivida pelo povo de Israel e tradição escrita (As Escrituras). A Igreja primitiva apóia sua fé nas memórias dos apóstolos. Esta Tradição Apostólica torna-se Escrituras e costumes de fé e de moral. A Tradição precede as Escrituras. O depósito da fé foi confiado, protegido e transmitido pelos apóstolos. A tarefa de explicar, de atualizar para a linguagem de uma época a mensagem da Revelação na Igreja é do Magistério.

O Símbolo Apostólico
O Símbolo Apostólico é a síntese da doutrina cristã. A sua origem parece estar ligada à tradição litúrgica dos primeiros séculos. Foi inicialmente uma confissão batismal. O texto já foi conhecido como “os doze artigos da fé”. Havia uma lenda que dizia que cada artigo foi ditado por um apóstolo. Esta origem foi difundida por Rufino no século IV. A divisão tradicional do Credo:

1. Creio em Deus Pai Todo-poderoso, o Criador dos Céus e da terra. 1ª pessoa da Trindade.
2. E em Jesus Cristo, o seu único Filho, o nosso Senhor; 2ª pessoa da Trindade.
3. que foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria; Origem divina e humana de Jesus.
4. padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; Morte real de Jesus.
5. desceu aos infernos, e ao terceiro dia ressuscitou dentre os mortos; Ressurreição de Jesus.
6. subiu ao céu e está assentado a direita de Deus Pai Todo-poderoso; Ascensão e aprovação divina.
7. dali virá para julgar os vivos e os mortos. Julgamento final.
8. Creio no Espírito Santo; 3ª pessoa da Trindade.
9. na santa Igreja católica, a comunhão dos santos; Autenticidade da Igreja.
10. o perdão dos pecados; Remissão.
11. a ressurreição do corpo Imortalidade.
12. e a vida eterna. Amém. Eternidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARBOITH, Felipe Barrozo. O conceito de fé na teologia fundamental cristã. Revista Eletrônica Theologia. Volume 2, Nº 1, 2008.
BECK, Eleonore. Eu creio: Pequeno catecismo católico. São Paulo: Editorial Verbo Divino, 1999.
CIC. Catecismo da Igreja Católica. Edição Típica Vaticana. São Paulo: Paulo, 2000.
LIBÂNIO, João Batista. Eu creio, nós cremos: tratado da fé. São Paulo: Loyola, 2000.
RATZINGER, Joseph. Introdução ao Cristianismo: Preleções sobre o Símbolo Apostólico. São Paulo: Herder, 1970.


[1] Crer em grego se diz pistéuo e o sentido é “acreditar, confiar, ser convencido”.
[2] Tomás de Aquino (1225 – 1274) foi o maior teólogo da Idade Média.
[3]  Spe salvi é latim e significa “Salvos pela esperança”.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Formação catequética: Conceição de Ipanema/2012

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
Estudos Introdutórios à Doutrina Cristã Católica


A proposta de estudo do Catecismo pelos catequistas da paróquia de Conceição de Ipanema está dividida em dez temas:

TEMA
CARGA HORÁRIA
01
Introdução ao Cristianismo: A profissão de fé apostólica
2h/a
02
A Revelação Divina e a transmissão da fé
2h/a
03
A fé trinitária e o mistério cristão
2h/a
04
Deus e o problema do mal
2h/a
05
Cristo e o problema da Salvação
2h/a
06
O papel de Maria na História da Salvação
2h/a
07
A relação entre Antigo e Novo Testamento
2h/a
08
A Igreja e os sacramentos
2h/a
09
O Decálogo e os fundamentos da moral cristã
2h/a
10
A espiritualidade cristã e a oração do Pai Nosso
2h/a
TOTAL
20h/a

Referências bibliográficas
BECK, Eleonore. Eu creio: Pequeno catecismo católico. São Paulo: Editorial Verbo Divino, 1999.
CIC. Catecismo da Igreja Católica. Edição Típica Vaticana. São Paulo: Paulo, 2000.
LIBÂNIO, João Batista. Eu creio, nós cremos: tratado da fé. São Paulo: Loyola, 2000.
RATZINGER, Joseph. Introdução ao Cristianismo: Preleções sobre o Símbolo Apostólico. São Paulo: Herder, 1970.